Dito 78 : A loba ferida
A loba ferida Co sigiloso caminhar duma loba moi ferida, que vai tragando seu ódio pola gorja e os colmilhos. Coa fereza consumida ao haver visto e suportado, uma tragédia tam cruenta, naqueles dous pequeninhos. Vai ouveando-lhe à Lua dende o mais alto penedo, pedindo que lhe dé forças para poder seguir com vida. Renovar a sua esperança, bicando novos retonos; viver com novas arelas ante a adversidade magna. Som umos passos de loba, cumhos rastos de tristura; umas pisadas magoadas é arrecendo de amargura. Quere clavar os gadanhos na noite pecha, dum brinco. Zugar a Lua, dum ouveo e arrincar-se o coraçom. Olhos de brancos coitelos vagando na noite escura. Noite negra de siléncio na face oculta da loba. A sua inteligéncia bestial, o assassinado sorriso dum animal penitente de espírito valeroso. Com vagar na noite insónia polos perfiles da serra, lucindo a sua silhueta, vai majestuosa a loba. Vai em pesca de ventura, deixando atrás tanto ódio, esquecendo a desventura, a barbárie e a...