Dito 48 : Adriano

Santo Tomé
Alto dos Castros


Nascimento dum poeta
Adriano



1
Ja voa e canta o cuco
no alto da Moradelha.
soam campás hai um pouco,
soam bem forte na orelha.

2
Imos todos à pressa,
imos alá ao longe.
Temos uma suspresa,
nunca vista ata hoje.

3
Imos a gente toda
atá o alto dos castros,
coma indo a uma boda,
com xantar em canastros.

4
Hai uma cousa no ar,
uma cousa furtiva.
Saiamos todos do lar
vaiamos alá em riba.

5
É um home ou mulher,
que no ar suspendida,
alumea por doquier,
coma beneca espida.

6
Foi saindo das nuves
flutuando ingráveda,
ista manhá de joves,
bem cedo, coa geada.

7
Faro que resplandece,
enchendo de luz o val.
Um lume que adoece,
e moi preto del, fai mal.

8
Relumbra por todo o val,
do Gato, ata Novelle,
uma claror sem igual,
ata Fondo Larelle.

9
O val de Pereirinha,
moi branquinho se vía,
geada, cor farinha
ata o val de María.

10
As pombinhas torcazes
planeam os tojeiros.
Coronam os rapazes
choutando nos outeiros.

11
Ve-se o Ninho de Groi
e ata as Remeladas, 
tam sequera cum boi
sem orelhas parmadas.

12
Caminham  polos Feás,
outros polo Lameiro,
os mais vam por Ramiras,
moitos vam polo outeiro.

13
Vam suiguindo um espelho,
brilhante, cheio de lume. 
Mensagem ao concelho,
Ourense e Santomé.

14
Num carrinho moi limpo
veu saudar um berce.
Uns Deuses do Olimpo
polo alto aparecem.

15
Nasceu hoje Adriano,
poeta de Ocidente,
por iso que hai um ano,
no alto, a pedra é quente.

16
Venhem saudar um neno,
uns seres vidos do além.
Venhem ver ao pequeno,
uma mensagem traem.




Foto : / Ramiras dende o Alto dos Castros
            25 de Abril de 2011




Moradelha editora



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