Dito 110 : Adeus Madrinha

 



Adeus Madrinha


A defunto está tocando
a senhora sacristana,
as duas campás tanhendo.

O cura pom a sotana
e marcha cara ò velório,
para rezar um responso.

E já baixa pola veiga
a fúnebre comitiva,
caminho da Presoria.

Por diante vai o sacristam
cum crucifixo nas mans,
e atrás duas velhas chorando.

Tocam campás a defuntos,
morreu a minha madrinha
e adeus nom pudem dizer-lhe.

Em quanto soubem a nova,
colhim à presa o convoio,
que até Ourense levou-me.

Tocam campás a defuntos,
morreu a nossa madrinha
e adeus eu nom lhe dixem.

Sei que ela ha perdoar-me,
os tantos anos sem ve-la,
vinhem o aginha que pudem.

Adeus querida madrinha,
quigera quando me toquem,
estar convosco no ceo.




A Vito de Rozuelo in memoriam



Moradelha editora




Publicacións populares deste blog

Dito 122 : De Ensenada aos nosos días

Dito 113 : Familias, casas e cousas (IX)

Dito 118 : Familias, casas e cousas (XIV)

Dito 121 : O mellor e único amigo do Tolo

Dito 115 : Familias, casas e cousas (XI)

Dito 106 : Familias, casas e cousas (IV)

Dito 112 : Familias, casas e cousas (VIII)

Dito 87 : O que se sabe e o que se supón que poido pasar

Dito 116 : Familias, casas e cousas (XII)

Dito 117 : Familias, casas e cousas (XIII)